Castas Tintas
A casta Alfrocheiro é oriunda da região do Dão, mas expandiu-se com sucesso para as regiões do Alentejo e Palmela.
É uma casta vigorosa que revelando uma propensão natural para sofrer com o oídio e a podridão cinzenta. Os vinhos desta casta apresentam um notável equilíbrio entre álcool, taninos e acidez. Aromaticamente sobressaem os aromas a bagas silvestres, com destaque particular para a amora e o morango maduro. Por regra, dá forma a vinhos de taninos firmes mas delicados e estruturantes.
Casta tintureira de origem francesa (Languedoc) capaz de proporcionar vinhos intensos de cor carregada, enraizada em terras Alentejanas, onde chegam a existir videiras com mais de 100 anos.
Cada vez mais usada para tintos de Norte a Sul de Portugal, é muitas vezes cruzada outras castas acrescentando aos vinhos, volume, estrutura, concentração e enorme capacidade de envelhecimento.
Apresenta aroma a frutos silvestres, cacau, azeitona.
É uma casta ibérica conhecida em Portugal sob dois apelidos, Aragonês e Tinta Roriz (o segundo restrito às regiões do Dão e Douro).
É uma casta precoce, muito vigorosa e produtiva, facilmente adaptável a diferentes climas e solos, tendo-se estendido rapidamente para as regiões do Dão, Tejo e Lisboa. Os vinhos produzidos com esta casta são elegantes e robustos, frutados e com registos de especiarias. Prefere climas quentes e secos, temperados por solos arenosos ou argilo-calcários. É tendencialmente uma casta de lote, beneficiando recorrentemente da companhia das castas Touriga Nacional e Touriga Franca no Douro, bem como da Trincadeira e Alicante Bouschet no Alentejo.
A casta Baga é responsável pelos melhores vinhos da Bairrada, estando também presente nas Beiras e Dão, e, embora menos, em Lisboa e Tejo.
É uma casta com cachos de bagos pequenos, de maturação tardia e necessita de mondas diligentes para conseguir manter a qualidade e maturação correcta da fruta. A Baga é uma casta susceptível à podridão que sofre com as provações das primeiras chuvas de Setembro, preferindo os solos argilosos e com boa exposição solar. Os vinhos da casta Baga assumem uma cor profunda, com fruta de bagas silvestres, ameixa preta, taninos sólidos e acidez mordaz, com notas de café, erva seca, tabaco e fumo. Os vinhos da casta Baga apresentam um enorme potencial de envelhecimento em garrafa.
A casta Cabernet expandiu-se de Bordéus para o mundo vínico.
Em comum, os vinhos desta casta têm a cor profunda, bons taninos, ligeira acidez e aromas a cassis, folha de tomate, especiarias e madeira de cedro.
É uma das castas mais cultivadas no sul do país, particularmente nas denominações do Tejo, Lisboa, Península de Setúbal e Alentejo.
É uma casta que se desenvolve melhor em climas quentes e solos secos e arenosos. Em vinhas maduras, de baixa produtividade, devidamente controladas, o Castelão dá origem a vinhos estruturados, frutados, com particular incidência na groselha, ameixa em calda e frutos silvestres. Proporciona vinhos de taninos proeminentes e acidez intensa.
Merlot é uma casta de uva tinta, oriunda da região de Bordeaux, na França.
Tem semelhanças com o vinho de Cabernet Sauvignon, não sendo tão intenso e com taninos mais suaves. Na região de Bordéus é frequente a mistura das duas castas.
Os vinhos desta casta são geralmente vinhos encorpados, ricos em álcool e em cor, relativamente pouco ácidos. Os vinhos mais estruturados podem ser estagiados em madeira. Os aromas são complexos e elegantes.
Na região da Bairrada, onde é autorizada para a produção do DOC Bairrada, usa-se para atenuar a dureza de algumas castas, como a Cabernet Sauvignon e a Baga.
A casta Syrah é uma casta que se ajusta facilmente aos calores de Verão, às infindáveis horas de insolação e à severidade das temperaturas estivais, senda a casta que melhor se adaptou ao clima rigoroso do Alentejo.
A casta Syrah produz vinhos com muita fruta, alguma pimenta, corpo avantajado e robusto, por vezes poderosos e alcoólicos, usualmente especiados.
São vinhos macios e convidativos, com elevado potencial de guarda.
Conhecida por Tinta Roriz na região do Douro, é uma casta muito adaptável a diferentes climas e solos, por isso o seu cultivo tem aumentado e alargado para as regiões do Dão, Ribatejo e Estremadura. Para as características da casta Tinta Roriz serem excelentes, a sua produção tem de ser controlada. As condições ideais são solos arenosos e argilo-calcários em climas quentes e secos, para que a produção seja menor e os bagos mais concentrados. Esta casta origina vinhos de elevado teor alcoólico, de baixa acidez e indicados para envelhecer, sendo muito resistentes à oxidação.
A Touriga Franca é uma das castas mais plantadas na zona do Douro e Trás-os-Montes. É considerada umas das melhores castas para a produção de vinho do Porto e do Douro, mas o seu cultivo já foi alargado para as regiões da Bairrada, Ribatejo, Setúbal ou Estremadura. A Touriga Franca tem produções regulares ao longo do ano e é bastante resistente a doenças. Os seus cachos são médios ou grandes com bagos médios e arredondados. Os vinhos produzidos por esta casta têm uma cor intensa e são bastante frutados. No vinho do Porto, a Touriga Franca integra os lotes com a Tinta Roriz e a Touriga Nacional.
É uma casta nobre e muito apreciada em Portugal. Inicialmente cultivada na região do Dão, rapidamente foi expandida à zona do Douro para ser utilizada na produção de vinho do Porto. Recentemente, os produtores descobriram o valor da Touriga Nacional na produção de vinhos de mesa tintos e o seu cultivo foi alargado para outras regiões como o Alentejo. É uma casta de pouca produção: possui cachos abundantes, mas pequenos. Os bagos têm uma elevada concentração de açúcar, cor e aromas. Os vinhos produzidos ou misturados com a casta Touriga Nacional são bastante equilibrados, alcoólicos e com boa capacidade de envelhecimento.
A Trincadeira é uma casta especialmente cultivada nas regiões do Alentejo e do Douro (onde é designada por Tinta Amarela). É uma casta que apresenta cachos médios e compactos e bagos médios e arredondados. É sensível às doenças e à podridão (se os bagos apanharem chuva apodrecem facilmente), por isso desenvolve-se melhor em climas secos e muito quentes. Os vinhos produzidos são ricos em cor e aromas (especialmente frutados e vegetais), ligeiramente alcoólicos e com boas condições para o envelhecimento.